quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Exclusão e racismo ambiental - Paulo Saldiva


O médico Paulo Saldiva é um dos maiores especialistas do mundo em poluição e em seus efeitos para a saúde. Ele divide seu tempo entre os dois maiores centros de pesquisa do tema no mundo: o da USP e o de Harvard, nos EUA.

Para o palestrante, registra-se no mundo inteiro um fenômeno que qualifica de racismo ambiental. “As ilhas de vulnerabilidade ambiental estão associadas às ilhas de pobreza”, diz o especialista.



Palestra realizado no TEDx São Paulo no dia 14 de novembro de 2009

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Situação de aprendizagem: As noites quentes de verão




EixoTemático: Vida e Ambiente – relações com o ambiente

Público alvo: 9º ano (8ª série) - 3º bimestre

Conteúdos: reflexão e absorção da luz; ação da melanina na proteção das células da pele; uso e fator de proteção dos filtros solares.

Tempo previsto: 4 aulas

Orientações iniciais - Esta situação de Aprendizagem envolve leitura e interpretação de textos. Além de trabalhar conceitos como reflexão e absorção luminosa; ação da melanina na proteção das células da pele; importância do uso do filtro solar; e cuidados com a pele; desenvolvendo a capacidade leitora dos alunos e o domínio da linguagem escrita. Através da mediação do professor, os alunos deverão analisar o texto sobre os problemas ocasionados pela exposição indevida ao Sol e o uso de filtro solar, finalizando a Situação de aprendizagem com um debate sobre a conscientização das ações e hábitos do cotidiano, tornando assim a aula significativa para os alunos.

Cronograma das atividades a ser realizada em cada aula:

1º aula – Motivação inicial através da apresentação do título do texto que será lido na sala de aula, texto “ As noites ardidas de verão” de João Carlos Micheletti Neto; na qual iniciarei uma discussão com os alunos sobre os possíveis assuntos que serão tratados na leitura, por se tratar de uma etapa introdutória, procurarei saber quais são as concepções gerais que os alunos já possuem sobre o tema, depois conduzirei os alunos a realizarem uma leitura compartilhada do texto, onde farei breves interrupções para detalhar os conceitos.
2ª aula – Iniciarei esta aula solicitando que os alunos procurem no dicionário o significado das palavras desconhecidas encontradas no texto lido na aula anterior. Posteriormente questionarei os alunos sobre qual foi o tema do texto, se conheciam aquelas informações e se acham elas importantes. Por se tratar de uma etapa introdutória, procurarei saber quais são as concepções gerais que os alunos já possuem, realizarei um diálogo e posterior socialização. Sempre lembrando os alunos para registrarem no caderno o que foi abordado.
 
3º aula – Nesta aula os alunos realizarão busca de informações no texto (interpretação), para que possam responder ao questionário dado, contemplando assim a competência leitora e escritora. Após a resolução do questionário irei corrigir junto aos alunos as questões dadas através de um debate, proporcionando assim que os alunos caso necessário completem ou refaçam suas respostas a partir das outras respostas da classe.

Os alunos serão avaliados continuamente (diagnóstica e formativa) na qual saberei se houve ou não aprendizagem, isso se dará através dos comentários e dos registros dos alunos durante as discussões e debates; respostas escritas dos alunos para as questões de interpretação; através destes instrumentos poderei redirecionar o processo de ensino aprendizagem aparando assim as arestas que se fizerem necessárias.

4ª aula - Caso necessário, esta aula será destinada para recuperação dos alunos que não conseguiram atingir os objetivos propostos, serão aplicadas novas estratégias que atendam às reais necessidades dos alunos e propicie uma abordagem diferenciada do encaminhamento já desenvolvido com relação ao conteúdo já trabalhado, poderei utilizar um vídeo relacionado ao tema.

Uso de mapas conceituais

Caso eu fosse utilizar o mapa conceitual na Situação de aprendizagem ele seria proposto dentro da 4ª aula, como mais um instrumento da avaliação formativa dentro da Situação de Aprendizagem e a 5ª aula seria destinada à recuperação dos alunos.

Para essa Situação de Aprendizagem eu utilizaria o mapa conceitual na aula de fechamento do conteúdo dado, os alunos seriam estimulados a refletir, a selecionar, a analisar e a elaborar o conhecimento e aprender de maneira significativa.

Caso os alunos já tenham sido iniciados anteriormente na técnica de construção de mapas conceituais eu solicitaria que eles individualmente construíssem seus mapas, no primeiro momento não informaria quais conceitos deveriam constar no mapa conceitual, deixaria que eles usassem a criatividade na construção dos mapas.

Eu percorreria a sala para sanar as dúvidas caso aparecessem durante o percurso da construção. Eles seriam primeiramente avaliados pela criatividade, pelo uso das palavras de ligações utilizadas para explicar os conceitos escolhidos, assim individualmente poderei obter uma visualização da organização conceitual do que o aluno coseguiu assimilar nas aulas anteriores.

Para sistematizar o conhecimento produzido individualmente pelos alunos, solicitarei que os alunos compartilhem agora em grupos os mapas e que cada grupo faça um novo mapa conceitual e o apresente para os demais alunos da classe.

Após a socialização farei novamente uma discussão com os alunos, fazendo menção aos conteúdos já vistos nas aulas anteriores com as suas ações e hábitos cotidianos.

Ao finalizar esta atividade, espero que os alunos sejam capazes de compreender, identificar e explicar os processos de reflexão e absorção da luz na superfície do organismo humano e a ação da melanina na proteção das células da pele, bem como reconhecer o princípio de funcionamento dos filtros solares.


As noites ardidas de verão

(por: João Carlos Miguel Thomaz Micheletti Neto)

Quem aqui nunca ficou ardido depois de um dia ensolarado de verão? Se você sabe do que estou falando, sabe também que as noites ardidas poderiam ter sido evitadas se tivéssemos alguns cuidados básicos.

Quando exageramos na exposição ao Sol, provocamos uma reação de defesa em nosso organismo, mais especificamente na pele, nosso órgão protetor. A vermelhidão ou o bronzeado nada mais são do que formas que a pele apresenta para tentar proteger nosso corpo da exposição prolongada ao Sol.

A pele de qualquer ser humano apresenta um tipo de célula conhecida como melanócito, que é responsável pela produção e acúmulo de melanina. A melanina é o pigmento que dá a coloração típica do indivíduo e protege contra a radiação (ultravioleta) nociva do Sol. Assim, ficamos bronzeados porque nossa pele aumentou a quantidade de melanina, tentando nos proteger do Sol.

Quando exageramos na dose de Sol, a pele fica ardendo ou, pior, com queimaduras sérias. Mas o ardor, os inchaços, as queimaduras e até mesmo o envelhecimento precoce e a flacidez da pele são os problemas menos graves dessa história toda. A radiação ultravioleta existente na luz solar pode provocar vários tipos de câncer de pele, inclusive um tipo mortífero, conhecido como melanoma. O melanoma, se não for tratado em seu início, é quase sempre fatal.

O envelhecimento precoce e o câncer de pele são efeitos do Sol que não são percebidos de um dia para o outro. A radiação ultravioleta apresenta influência cumulativa em nosso organismo, o que significa que a cada exposição indevida ao Sol aumentamos o risco de desenvolvimento de câncer. Mas se a radiação ultravioleta está sempre presente no Sol nosso de cada dia, será que estamos fadados a desenvolver câncer de pele? Não podemos fazer nada para evitar esse problema?


Com o conhecimento sobre os perigos associados à exposição prolongada ao Sol e com cuidados simples, podemos sim diminuir os riscos de desenvolver qualquer problema e podemos, até mesmo, evitá-los. Um dos cuidados mais simples que podemos tomar seria o uso correto e constante do protetor (filtro) solar.

Os filtros solares são produtos que proporcionam uma proteção adicional à nossa pele contra as radiações nocivas do Sol. A melanina seria um protetor natural que nosso corpo produz, mas, como você bem sabe, nós não ficamos bronzeados de uma hora para outra. Por isso, é muito importante nos protegermos antes da exposição ao Sol.
São duas as formas com as quais os filtros solares podem proteger a nossa pele: refletindo a radiação que nos atinge ou absorvendo esta radiação antes que nossa pele a absorva. Os materiais sob a forma de pasta branca bloqueiam a passagem da luz, impedindo a passagem da radiação ultravioleta. Este bloqueio acontece porque os materiais provocam alta reflexão da radiação que chega à nossa pele. Além disso, misturados à pasta branca, existem outros materiais que penetram superficialmente em nossa pele e que são capazes de absorver a radiação ultravioleta que não foi refletida.

Todos os filtros solares apresentam um número em sua embalagem que indica seu fator de proteção. Este número significa o nível de proteção que o produto oferece, ou seja, o tempo que a pessoa pode permanecer ao Sol sem ficar com a pele avermelhada (início de queimadura). Por exemplo, se a pele de uma pessoa, sem proteção, leva 20 minutos para ficar avermelhada, com um filtro solar de fator 15, a mesma pele levará 15 vezes mais tempo, ou seja, 300 minutos. Contudo, isso não significa dizer que, só porque a pessoa usou o filtro solar por uma vez, ela estará livre das queimaduras. Passado o tempo de proteção do filtro, a pele sofrerá os danos como se estivesse sem protetor solar.

Mas não são todas as pessoas que precisam de apenas de 20 minutos pra que sua pele comece a ficar queimada. Na verdade, este tempo é muito variável, pois depende de alguns fatores, como a quantidade de melanina (pigmentação) da pele e fatores geográficos como altitude e latitude. Como saber, então, qual é o filtro solar mais indicado para mim?

Segundo especialistas, o filtro solar mínimo para uma proteção adequada é o de fator de proteção 15. Filtros com fatores acima de 15 proporcionarão mais tempo de proteção à radiação ultravioleta. Todas as pessoas, independentemente da cor da pele, devem usar filtro solar nos momentos de exposição ao Sol, mas aquelas com peles mais claras (com menos melanina e, por isso, menos resistentes) devem se precaver ainda mais.

Além do uso de um filtro solar com fator mínimo igual a 15, a forma de utilização também influencia bastante na proteção. Não basta usar o filtro solar apenas uma vez, já que, após o tempo de proteção proporcionado pelo fator, a pele estará vulnerável novamente. O ideal é reaplicar o filtro a cada 3 horas, sempre 20 ou 30 minutos antes da exposição ao Sol, para que o produto se infiltre adequadamente na pele. Também é importante a reaplicação após grande transpiração ou após tomar banho.

Outros cuidados adicionais que podem aumentar ainda mais a proteção contra os raios ultravioleta seriam: uso de chapéu e óculos escuros; usar o protetor mesmo nos dias nublados e em áreas de sombra; e evitar a exposição ao Sol nos horários de maior incidência da radiação ultravioleta (entre 10h e 15h).

O bronzeado, que antes era considerado um sinal de saúde e beleza, hoje é considerado um alerta do corpo contra os danos provocados pelo Sol. Uma pele saudável ao longo da vida é muito mais importante do que um bronzeado que dura alguns dias. Tomando cuidados simples, mas necessários, você pode curtir os dias ensolarados sem se preocupar com as consequências desagradáveis de curto prazo, como ardência ou queimaduras, e até mesmo aquelas mais sérias e de longo prazo, como o câncer de pele. Pele vermelha nunca mais!
 

sábado, 26 de outubro de 2013

Mapas conceituais nas aulas de ciências

 


Os mapas conceituais nos planejamentos das aulas de ciências são muito importantes, são ferramentas que ajudam nossos alunos esclarecer pensamentos, integrar e construir novos conhecimentos, pois ao passo que vão organizando seus aprendizados vão também aprendendo a utilizar e integrar os conhecimento prévios que possuíam  com os conhecimentos atuais.

São utilizados como uma estratégia potencialmente facilitadora de uma aprendizagem significativa, sendo utilizados pelos nossos alunos em vários momentos das aulas: para realizarem anotações, realizarem síntese de um texto e também para mostrar relações significativas entre os conceitos ensinados na aula, torna o aluno protagonista do processo de ensino e aprendizagem.

Nós professores podemos utilizar os mapas conceituais como mais um instrumento de avaliação da aprendizagem (avaliação formativa), pois favorecem o desenvolvimento de competências de nossos alunos e não somente a repetição memorizada, pois através dos mapas conceituais conseguimos verificar a evolução da aprendizagem do aluno sobre o tema proposto.
 
 



 

Situação de aprendizagem: Representando o Sistema Solar


Resumo:
A presente Situação de Aprendizagem tem por objetivo representar o Sistema Solar e comparar os tamanhos dos astros e as distâncias entre eles, sendo o objetivo central despertar nos alunos a competência leitora e escritora, bem aguçar a curiosidade e a imaginação, pois cabe a nós professores de ciências, estimular a inteligência e a criatividade dos nossos alunos. É esse o objetivo da situação de aprendizagem que segue abaixo, pois os alunos irão representar o Sistema Solar e fazer uma representação teatral dos astros que pertencem ao Sistema Solar, utilizando para isso informações científicas.
Caso seja possível podemos realizar um trabalho interdisciplinar com os professores de Arte, para realizamos a confecção dos astros do Sistema Solar, pois assim teremos elementos facilitadores do processo de ensino-aprendizagem e uma interação pedagógica.
 Eu já realizei esta Situação de Aprendizagem, e os alunos adoraram, ficaram muito motivados.

 

              Eixo Temático: Terra e Universo –  olhando    para o céu
Subtema: O Sistema Solar
Público alvo: 7º ano (6ª série) -1º bimestre
Tempo previsto: 06 aulas.
  Situação de aprendizagem: Representando o Sistema  Solar.
 

Competência e habilidade:- reconhecer a denominação de astros, como planeta, planeta-anão, asteroide, satélites, cinturão de asteroides, etc;
- construir visão espacial por meio da delimitação dos astros pertencentes ao Sistema Solar e comparar tamanhos e distâncias relativas;
- construir uma visão geral dos planetas por meio de características físicas destes astros;
- realizar pesquisa (busca de informações); ler, escrever e interpretar textos que utilizam dados referentes ao Sistema;
-relacionar informações representadas na forma escrita e conhecimentos prévios para construção da argumentação consistente.
Objetivos: Conduzir os alunos, através da participação ativa, a construção de novos conhecimentos, a partir de conhecimentos prévios sobre o Sistema Solar, sua representação, tamanho e distâncias, contemplando assim competência leitora e escritora.
Estratégias: Debate sobre a temática com exposição dialogada sobre o Sistema Solar, levantamento de concepções alternativas, resgatando assim as informações dos alunos sobre o tema.
A partir dessas informações, pesquisar as características dos astros que fazem parte do Sistema solar e leitura e interpretação de textos informativos sobre o assunto; elaborar uma atividade prática para representar o Sistema Solar; representação teatral do astro do Sistema Solar.
Recursos: sala de informática provida de computadores com acesso à internet para uso dos alunos; textos informativos; massa de modelar, bolinha de isopor e outros para montagem da representação do Sistema Solar; lousa e giz.
Avaliação: A avaliação dos alunos será contínua, diagnóstica e formativa para saber se houve ou não aprendizagem, ao mesmo tempo permitindo ao professor se necessário, reorientar seu trabalho. Isso se dará através de diferentes instrumentos de avaliações, como comentários e registros dos alunos durante as discussões; participação e produção individual e em grupo da atividade de pesquisa; participação dos alunos na confecção e comparação dos tamanhos dos planetas; representação e construção final de um esquema de estruturação de alguns astros do Sistema Solar; qualidade das informações científicas utilizadas na apresentação teatral, observando assim o desempenho, a evolução das previsões feitas e os resultados obtidos.
Recuperação: Recuperação contínua, através da retomada dos conteúdos cuja avaliação de aprendizagem não for considerada satisfatória, bem como a retomada do tema garantindo, assim diversas reelaborações do conhecimento adquirido, que vão aprofundando a compreensão.

Roteiro da Situação de Aprendizagem
1ª Aula:
Iniciarei esta Situação de Aprendizagem com uma sondagem com os alunos para resgatar os conhecimentos prévios e assim investigar o que sabem sobre o assunto.
A sondagem será realizada com perguntas como: Quais astros pertencem ao Sistema Solar? Onde estão localizados? Quais são seus tamanhos e a que distâncias estão um dos outros?
Solicitarei que os alunos exponham suas ideias iniciais e as registrem no caderno, posteriormente anotarei na lousa as respostas obtidas pelos alunos para uma posterior discussão.
Pedirei que os alunos se dividam em quatro grandes grupos, para se organizarem e na próxima aula trazerem objetos, como bolinhas de isopor, ou massa de modelar e outros, para que possam construir os astros existentes no Sistema Solar.
2ª Aula:

O objetivo desta aula é verificar os conhecimentos dos alunos sobre os astros que formam o Sistema Solar e a representação dos mesmos na perspectiva dos alunos.
Iniciarei a aula problematizando com questões, como: Quais astros fazem parte do Sistema Solar? Quais são seus tamanhos e a que distância estão uns dos outros?
Posteriormente solicitarei que retomem os grupos já formados na aula anterior e iniciem a confecção dos astros do Sistema Solar. Orientarei que construam os astros que eles imaginam que existem no Sistema Solar, explicarei que deverão prestar atenção quanto ao tamanho e a distância estimada entre eles.
Após a confecção deverão guardar os astros para que possam ser utilizados na próxima aula.
3ª Aula:
Esta aula poderá ser realizada na quadra (caso esteja desocupada) ou na própria sala de aula. Os grupos já formados e de posse dos astros confeccionados na aula anterior irão se distribuir pela quadra ou sala de aula, na qual orientarei que imaginem que estão fazendo uma “viagem espacial no Sistema Solar”, cada grupo deve dizer para toda sala para qual planeta viajou primeiro, como imaginam que é este astro, se está perto ou longe da nossa estrela (Sol), o que eles esperam encontrar por lá, depois para qual foram e assim por diante.
Após as apresentações dos quatro grupos, os alunos deverão anotar e descrever as apresentações realizadas para posterior síntese coletiva de ideias.
 
4ª Aula:
Nesta aula retomarei o que realizamos nas aulas anteriores, fazendo assim uma revisão contínua. Novamente pedirei que os alunos se dividam em grupos, agora em 16 grupos, pois irei sortear elementos astronômicos relacionados ao Sistema Solar, tais como: Sol, planetas (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), Plutão (planeta-anão), Caronte, Eres (Xena), Ceres, cinturão de asteroides, Lua (satélite natural da Terra) e Titã.
Cada grupo deverá elaborar uma pesquisa sobre o elemento sorteado e preparar uma representação teatral sobre ele utilizando informações obtidas na pesquisa.
Nesta aula iremos para sala de informática provida de computadores com acesso à internet, mas caso não seja possível, iremos para biblioteca para que os grupos realizem a busca de dados para a pesquisa em livros e paradidáticos. Caso a pesquisa não termine em sala de aula, deverá ser terminada em casa.
Pedirei que os grupos preparem as apresentações em casa, e as tragam pronta para a próxima aula. Cada grupo será orientado que terão no máximo três minutos para a apresentação, e que poderão trazer fotos, imagens ou desenhos para serem utilizadas na apresentação.
5ª Aula:
Esta aula está destinada a apresentação teatral dos alunos. Os 16 grupos irão apresentar para sala os elementos astronômicos sorteados e pesquisados.
Antes do início das apresentações orientarei que cada grupo que irá assistir as apresentações, deem uma nota para as representações teatrais, esta nota pode ser regular, bom e ótimo. No final, o grupo que obtiver o maior número de “ótimo” será o vencedor. Iniciarei as apresentações dos grupos com o objetivo de construir o Sistema Solar, sendo o grupo que irá representar o Sol o primeiro grupo a se apresentar para sala, depois o planeta Mercúrio e assim por diante.
6ª Aula:
Nesta aula, com a ajuda dos alunos, irei desenhar na lousa o Sistema Solar, o Sol será o primeiro elemento a ser representado na lousa, depois os planetas, inserindo-os na ordem em relação ao Sol; e posterior os outros elementos que faltam, como os cometas, luas, planeta-anão e asteroides. Para facilitar a confecção do desenho poderei levar para sala um esquema que representa o Sistema Solar.
Para dar um fechamento à atividade, espera-se que os alunos tenham incorporados os  novos conhecimentos e que sejam capazes de redigir esta nova aprendizagem, contemplando a habilidade escritora.
Partindo então para a socialização com o grupo, construindo uma nova aprendizagem agora coletiva.
Após a socialização coletiva através de exposição dialogada, explicarei aos alunos que hoje o Sistema Solar é dividido em três grandes regiões, explicarei essas regiões, bem como quais são os corpos pequenos do Sistema Solar.
Finalizarei esta aula discutindo com os alunos que o Sistema Solar está localizado numa Galáxia (Via Láctea) e explicarei que as estrelas que vemos no céu não pertencem ao Sistema Solar e que o Sol é a única estrela do nosso sistema. Explicarei também que somente os elementos que sofrem influência gravitacional do Sol pertencem ao Sistema Solar.
Os alunos serão avaliados continuamente (diagnóstica e formativa) pois assim saberei se houve ou não aprendizagem, isso se dará através dos registros dos alunos durante as discussões; participação e produção em grupo da atividade de pesquisa; participação dos alunos na confecção e comparação dos tamanhos dos planetas; representação e construção final do esquema de estruturação dos astros do Sistema Solar; qualidade das informações científicas utilizadas na apresentação teatral, pois assim  poderei redirecionar o processo ensino aprendizagem aparando as arestas que se fizerem necessárias.
Ao final desta Situação de Aprendizagem os alunos devem conseguir representar o Sistema Solar, bem como ter ideia de quais elementos do Sistema Solar são menores ou maiores, e sua localização no sistema Solar.  
7ª Aula:
Caso necessário esta aula será destinada para recuperação dos alunos que não conseguiram atingir os objetivos da Situação de aprendizagem, onde serão aplicadas mudanças didáticas que atendam às reais necessidades dos alunos que não contemplaram os objetivos propostos.
Para sanar as dificuldades será retomado o conteúdo com uma atividade extra que propicie uma abordagem diferenciada do encaminhamento já desenvolvido com relação à representação do Sistema Solar.
Solicitarei uma pesquisa sobre os motivos que fizeram Plutão deixar de ser considerado um planeta do Sistema Solar, pois assim estarei estimulando a leitura de textos diversos, pois parte das dificuldades dos alunos derivam da má interpretação da leitura.
Referências bibliográficas:
CIÊNCIA HOJE NA ESCOLA: 1- Céu e Terra. Rio de Janeiro: SBPC, 1999, 3. Ed.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor : ciências, ensino fundamental – 6ª série, volume 1/ Secretaria da Educação. São Paulo: SEE, 2013.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Aprender com o Imponderável - Luis Carlos Menezes



Palestra do Professor Luis Carlos Menezes - vale a pena conferir, excelente reflexão.

Luís Carlos de Menezes é professor do Instituto de Física da USP e membro do Conselho Técnico Científico da CAPES para Educação Básica e membro da equipe da UNESCO do Projeto de Currículos Integrados no Ensino Médio.

Luis Carlos Menezes mistura assuntos como cosmos, tempo, educação, tecnologia e exclusão social para discorrer sobre o momento singular da atualidade. Para ele "devemos reconhecer o imponderável, gerar o novo, tendo a dúvida como direito, essa é a condição de liberdade".

http://tedxtalks.ted.com/video/TEDxUSP-Luis-Carlos-Menezes-Apr

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Por que o ensino de ciências é importante para a sociedade do conhecimento?


 
Estamos vivendo na era da Ciência e da Tecnologia, onde todos os dias surgem novas descobertas, e nós professores precisamos aprender a lidar com esse novo tempo, pois não somos mais detentores do saber, não somos mais privilegiados transmissores de conhecimento. Precisamos estar preparados para viver num mundo complexo e de rápidas mudanças.

Como Luis Carlos de Menezes bem colocou em sua palestra "Aprendendo o imponderável", muitas profissões que existiam antigamente, hoje não existem mais, e muitas profissões de hoje não existiam antigamente, tudo está em constante mudança. Nós também somos impelidos a rever e mudar nossas práticas em sala de aula, devemos enfrentar os desafios de fazer uso de novas tecnologias, novas ferramentas, metodologias e técnicas.

E cabe também a nós professores de ciências diante de tantas mudanças ajudar nossos alunos, pois para construção do conhecimento há a necessidade da nossa intervenção; no dia a dia os alunos necessitam de nossa ajuda, precisamos auxiliar e guiar os alunos a transformar "informações" bombardeadas todos os dias em conhecimento.

É por esse e tantos outros motivos que o ensino de ciência é importante para a sociedade do conhecimento. É a ciência que nos permite adquirir os conhecimentos que nos ajudarão a resolver os problemas da vida real.

 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Como utilizar as tecnologias na escola

 
Especialista em mudanças na educação presencial e a distância [*]

1. Tecnologias para organizar a informação
Do ponto de vista metodológico, o educador precisa aprender a equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala de aula. Uma das dimensões fundamentais do ato de educar é ajudar a encontrar uma lógica dentro do caos de informações que temos, organizá-las numa síntese coerente, mesmo que momentânea, compreendê-las. Compreender é organizar, sistematizar, comparar, avaliar, contextualizar. Uma segunda dimensão pedagógica procura questionar essa compreensão, criar uma tensão para superá-la, para modificá-la, para avançar para novas sínteses, outros momentos e formas de compreensão. Para isso, o professor precisa questionar, criar tensões produtivas e provocar o nível da compreensão existente.
No planejamento didático, predomina uma organização fechada e rígida quando o professor trabalha com esquemas, aulas expositivas, apostilas, avaliação tradicional. O professor que “dá tudo mastigado” para o aluno, de um lado, facilita a compreensão; mas, por outro, transfere para o aluno, como um pacote pronto, o conhecimento de mundo que ele tem.
Predomina a organização aberta e flexível no planejamento didático, quando o professor trabalha a partir de experiências, projetos, novos olhares de terceiros: artistas, escritores... etc. Em qualquer área de conhecimento, podemos transitar entre uma organização inadequada da aprendizagem e a busca de novos desafios, sínteses. Há atividades que facilitam a má organização, e outras, a superação dos métodos conservadores. O relato de experiências diferentes das do grupo ou, uma entrevista polêmica podem desencadear novas questões, expectativas, desejos. E há também relatos de experiências ou entrevistas que servem para confirmar nossas idéias, nossas sínteses, para reforçar o que já conhecemos. Precisamos saber escolher aquilo que melhor atende ao aluno e o traz para uma contemporaneidade.
Há professores que privilegiam a organização questionadora, o questionamento, a superação de modelos e não chegam às sínteses, nem mesmo parciais, provisórias. Vivem no incessante fervilhar de provocações, questionamentos, novos olhares. Nem o sistematizador nem o questionador podem prevalecer no conjunto. É importante equilibrar organização e inovação; sistematização e superação.

2. Tecnologias para ajudar na pesquisa
A matéria prima da aprendizagem é a informação organizada, significativa: a informação transformada em conhecimento. A escola pesquisa a informação pronta, já consolidada e a informação em movimento, em transformação, que vai surgindo da interação, de novos fatos, experiências, práticas, contextos. Existem áreas com bastante estabilidade informativa: fatos do passado, que só se modificam diante de alguma nova evidência. E existem áreas, as mais ligadas ao cotidiano, que são altamente susceptíveis de mudança, de novas interpretações.
As tecnologias nos ajudam a encontrar o que está consolidado e a organizar o que está confuso, caótico, disperso. Por isso é tão importante dominar ferramentas de busca da informação e saber interpretar o que se escolhe, adaptá-lo ao contexto pessoal e regional e situar cada informação dentro do universo de referências pessoais.
Muitos se satisfazem com os primeiros resultados de uma pesquisa. Pensam que basta ler para compreender. A pesquisa é um primeiro passo para entender, comparar, escolher, avaliar, contextualizar, aplicar de alguma forma.
Cada vez temos mais informação e não necessariamente mais conhecimento. Quanto mais fácil é achar o que queremos, mais tendemos a acomodar-nos na preguiça dos primeiros resultados, na leitura superficial de alguns tópicos, na dispersão das muitas janelas que abrimos simultaneamente.
Hoje consumimos muita informação Não quer dizer que conheçamos mais e que tenhamos mais sabedoria - que é o conhecimento vivenciado com ética, praticado. Pela educação de qualidade avançamos mais rapidamente da informação para o conhecimento e pela aprendizagem continuada e profunda chegamos à sabedoria.
O foco da aprendizagem é a busca da informação significativa, da pesquisa, o desenvolvimento de projetos e não predominantemente a transmissão de conteúdos específicos. As aulas se estruturam em projetos e em conteúdos. A Internet está se tornando uma mídia fundamental para a pesquisa. O acesso instantâneo a portais de busca, a disponibilização de artigos ordenados por palavras-chave facilitaram em muito o acesso às informações necessárias. Nunca como até agora professores, alunos e todos os cidadãos possuíram a riqueza, variedade e acessibilidade de milhões de páginas WEB de qualquer lugar, a qualquer momento e, em geral, de forma gratuita.
O educador continua sendo importante, não como informador nem como papagaio repetidor de informações prontas, mas como mediador e organizador de processos. O professor é um pesquisador – junto com os alunos – e articulador de aprendizagens ativas, um conselheiro de pessoas diferentes, um avaliador dos resultados. O papel dele é mais nobre, menos repetitivo e mais criativo do que na escola convencional.
Os professores podem ajudar os alunos incentivando-os a saber perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e estimulantes para as mais abstratas; dos vídeos e narrativas impactantes para os contextos mais abrangentes e assim ajudar a desenvolver um pensamento arborescente, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica contínua.
Entre as iniciativas de disponibilização de materiais educacionais para pesquisa destaca-se o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) de Chicago, que oferece todo o conteúdo dos seus cursos em várias línguas, facilitando o acesso de centenas de milhares de alunos e professores a materiais avançados e sistematizados, disponíveis on-line http://www.universiabrasil.net/mit/
Alunos, professores, a escola e a comunidade se beneficiam. Atualmente, a maior parte das teses e dos artigos apresentados em congressos estão publicados na Internet. O estar no virtual não é garantia de qualidade (esse é um problema que dificulta a escolha), mas amplia imensamente as condições de aprender, de acesso, de intercâmbio, de atualização. Tanta informação dá trabalho e nos deixa ansiosos e confusos. Mas é muito melhor do que acontecia antes da Internet, quando só uns poucos privilegiados podiam viajar para o exterior e pesquisar nas grandes bibliotecas especializadas das melhores universidades. Hoje podemos fazer praticamente o mesmo sem sair de casa.
A variedade de informações sobre qualquer assunto, num primeiro momento, fascina, mas, ao mesmo tempo, traz inúmeros novos problemas: O que pesquisar? O que vale a pena acessar? Como avaliar o que tem valor e o que deve ser descartado?. Essa facilidade costuma favorecer a preguiça do aluno, a busca do resultado pronto, fácil, imediato, chegando até à apropriação do texto do outro. Além da facilidade de “copiar e colar”, o aluno costuma ler só algumas frases mais importantes e algumas palavras selecionadas, dificilmente lê um texto completo.
Jakob Nielsen e John Morkes constaram em uma pesquisa que 79 % dos usuários de Internet sempre lêem palavras ou trechos escolhidos, através de títulos atrativos, enquanto somente 16 % se detêm na leitura do texto completo .Na França: 85% dos alunos de ensino fundamental (8ª série) se contentam com os resultados trazidos pelo primeiro site de busca consultados e somente lêem rapidamente os primeiros três resultados trazidos. Isto quer dizer que a maior parte dos alunos procura o que é mais fácil, o imediato e o lê de forma fragmentada, superficial. E quanto mais possibilidades de informação, mais rapidamente tendemos a navegar, a ler pedaços de informação, a passear por muitas telas de forma superficial.
Por isso, é importante que alunos e professores levantem as principais questões relacionadas com a pesquisa: Qual é o objetivo da pesquisa e o nível de profundidade da pesquisa desejado? Quais são as “fontes confiáveis” para obter as informações? Como apresentar as informações pesquisadas e indicar as fontes de pesquisa nas referências bibliográficas? Como avaliar se a pesquisa foi realmente feita ou apenas copiada?
Umas das formas de analisar a credibilidade do conteúdo da sua pesquisa é verificar se ele está dentro de um portal educacional, no site de uma universidade ou em qualquer outro espaço já reconhecido. E verificar também a autoria do artigo ou da reportagem.
Pensando mais nos usuários jovens e adultos, Nilsen e Morkes propõem algumas características que uma página da WEB precisa apresentar para ser efetivamente lida e pesquisada:

- palavras-chave realçadas (links de hipertexto, tipo de fonte e cor funcionam como realce);
- sub-títulos pertinentes (e não "engraçadinhos");
- listas indexadas;
- uma informação por parágrafo (os usuários provavelmente pularão informações adicionais, caso não sejam atraídos pelas palavras iniciais de um parágrafo);
- estilo de pirâmide invertida, que principia pela conclusão;
- metade do número de palavras (ou menos) do que um texto convencional. A credibilidade é importante para os usuários da WEB, porque nem sempre se sabe quem está por trás das informações nem se a página pode ser digna de confiança. Pode-se aumentar a credibilidade através de gráficos de alta qualidade, de um texto correto e de links de hipertexto apropriados. É importante colocar links que conduzam a outros sites, que comprovem que há pesquisa por trás e que dêem sustentação para que os leitores possam checar as informações dadas.
Os usuários não valorizam as afirmações exageradas e subjetivas (tais como "o mais vendido") tão predominante na WEB hoje em dia. Os leitores preferem dados precisos. Além disso, a credibilidade é afetada quando os usuários conseguem perceber o exagero.
Além do acesso aos grandes portais de busca e de referência na educação, uma das formas mais interessantes de desenvolver pesquisa em grupo na Internet é o webquest .
O conceito de Webquest foi criado em 1995, por Bernie Dodge, professor da universidade estadual da Califórnia, EUA, como proposta metodológica para usar a Internet de forma criativa  . Dodge a define assim a Webquest: "É uma atividade investigativa em que alguma ou toda a informação com que os alunos interagem provém da Internet." Em geral, uma Webquest é elaborada pelo professor, para ser solucionada pelos alunos, reunidos em grupos.
A Webquest sempre parte de um tema e propõe uma tarefa, que envolve consultar fontes de informação especialmente selecionadas pelo professor. Essas fontes (também chamadas de recursos) podem ser livros, vídeos, e mesmo pessoas a entrevistar, mas normalmente são sites ou páginas na WEB. É comum que a tarefa exija dos alunos a representação de papéis para promover o contraste de pontos de vista ou a união de esforços em torno de um objetivo.
Bernie Dodge divide a Webquest em dois tipos, ligados à duração do projeto e à dimensão de aprendizagem envolvida:
Webquest curta - leva de uma a três aulas para ser explorada pelos alunos e tem como objetivo a aquisição e integração de conhecimentos.
Webquest longa - leva de uma semana a um mês para ser explorada pelos alunos, em sala de aula, e tem como objetivo a extensão e o refinamento de conhecimentos.
Resolver uma Webquest é um processo de aprendizagem interessante, porque envolve pesquisa e leitura; interação e colaboração e criação de um novo produto a partir do material e idéias obtidas.
A webquest propicia a socialização da informação: por estar disponível na Internet, pode ser utilizada, compartilhada e até reelaborada por alunos e professores de diferentes partes do mundo. O problema da pesquisa não está na Internet, mas na maior importância que a escola dá ao conteúdo programático do que à pesquisa como eixo fundamental da aprendizagem.
3. Tecnologias para comunicação e publicação
Os alunos gostam de se comunicar pela Internet. As páginas de grupos na Internet permitem o envio de correio eletrônico e seu registro numa página WEB. Tem ferramentas de discussão on line (chat) e off-line (fórum). O chat ou outras formas de comunicação on-line são ferramentas muito apreciadas pelos alunos e bastante desvalorizadas pelos professores. Alega-se a dispersão (em geral, real) e o não aprofundamento das questões. Mas há a predisposição dos alunos para a conversa on-line. Faz parte dos seus hábitos na Internet. Com as novas soluções, como o videochat, o chat com voz e algumas formas de gerenciamento podem ser muito úteis em cursos semi-presenciais e a distância.
A escola, com as redes eletrônicas, abre-se para o mundo; o aluno e o professor se expõem, divulgam seus projetos e pesquisas, são avaliados por terceiros, positiva e negativamente. A escola contribui para divulgar as melhores práticas, ajudando outras escolas a encontrar seus caminhos. A divulgação hoje faz com que o conhecimento compartilhado acelere as mudanças necessárias e agilize as trocas entre alunos, professores, instituições. A escola sai do seu casulo, do seu mundinho e se torna uma instituição onde a comunidade pode aprender contínua e flexivelmente.
Quando focamos mais a aprendizagem dos alunos do que o ensino, a publicação da produção deles se torna fundamental. Recursos como o portfólio, em que os alunos organizam o que produzem e o colocam à disposição para consultas, é cada vez mais utilizado. Os blogs, fotologs e videologs são recursos muito interativos de publicação, com possibilidade de fácil atualização e de participação de terceiros. São páginas na Internet, fáceis de se desenvolver, e que permitem a participação de outras pessoas. Começaram no “modo texto”, depois evoluíram para a apresentação de fotos, desenhos e outras imagens e, atualmente, estão na fase do vídeo. Professores e alunos podem gravar vídeos curtos, com câmeras digitais, e disponibilizá-los como ilustração de um evento ou pesquisa.
Os blogs, flogs (fotologs ou videologs) são utilizados mais pelos alunos do que pelos professores, principalmente como espaço de divulgação pessoal, de mostrar a identidade, onde se misturam narcisismo e exibicionismo, em diversos graus. Atualmente, há um uso crescente dos blogs por professores dos vários níveis de ensino, incluindo o universitário. Eles permitem a atualização constante da informação, pelo professor e pelos alunos, favorecem a construção de projetos e pesquisas individuais e em grupo, e a divulgação de trabalhos. Com a crescente utilização de imagens, sons e vídeos, os flogs têm tudo para explodir na educação e se integrarem com outras ferramentas tecnológicas de gestão pedagógica. As grandes plataformas de educação à distância ainda não descobriram e incorporaram o potencial dos blogs e flogs.
A possibilidade de os alunos se expressarem, tornarem suas idéias e pesquisas visíveis, confere uma dimensão mais significativa aos trabalhos e pesquisas acadêmicos. “São aplicativos fáceis de usar que promovem o exercício da expressão criadora, do diálogo entre textos, da colaboração”, explica Suzana Gutierrez, da UFRGS. “Blogs possuem historicidade, preservam a construção e não apenas o produto (arquivos); são publicações dinâmicas que favorecem a formação de redes”. 
"Os weblogs abrem espaço para a consolidação de novos papéis para alunos e professores no processo de ensino-aprendizagem, com uma atuação menos diretiva destes e mais participante de todos." A professora Gutiérrez lembra que os blogs registram a concepção do projeto e os detalhes de todas as suas fases, o que incentiva e facilita os trabalhos interdisciplinares e transdisciplinares. "Pode-se assim, dar alternativas interativas e suporte a projetos que envolvam a escola e até famílias e comunidade." Os blogs também são importantes para aprender a pesquisar juntos e a publicar os resultados.
Há diferentes tipos de blogs educacionais: produção de textos, narrativas, poemas, análise de obras literárias, opinião sobre atualidades, relatórios de visitas e excursões de estudos, publicação de fotos, desenhos e vídeos produzidos por alunos. A organização dos textos pode ser feita através de algumas ferramentas colaborativas como o Wiki, que é um software que permite a edição coletiva dos documentos usando um sistema simples de escrita e sem que o conteúdo tenha que ser revisado antes da sua publicação. A maioria dos wikis são abertos a todo o público ou pelo menos a todas as pessoas que têm acesso ao servidor wiki.
A Internet tem hoje inúmeros recursos que combinam publicação e interação, por meio de listas, fóruns, chats, blogs. Existem portais de publicação mediados, em que há algum tipo de controle, e outros abertos, baseados na colaboração de voluntários. O site www.wikipedia.org/ apresenta um dos esforços mais notáveis, no mundo inteiro, de divulgação do conhecimento. Milhares de pessoas contribuem para a elaboração de enciclopédias sobre todos os temas, em várias línguas. Qualquer indivíduo pode publicar e editar o que as outras pessoas escreveram. Só em português foram divulgados mais de 30 mil artigos na wikipedia. Com todos os problemas envolvidos, a idéia de que o conhecimento pode ser co-produzido e divulgado é revolucionária e nunca antes havia sido tentada da mesma forma e em grande escala. Aqui, contudo, professores e alunos precisam validar a fonte, pois algumas vezes há informações incorretas.
Outro recurso popular na educação é a criação de arquivos digitais sonoros, programas de rádio na Internet ou PodCasts. São arquivos digitais, que se assemelham a programas de rádio e podem ser baixados da internet usando a tecnologia RSS[9], que "avisa" quando há um novo episódio colocado na rede e permite que ele seja baixado para o computador. Há podcasts em todas as áreas.
São muitas as possibilidades de utilização dos blogs na escola. Primeiro, pela facilidade de publicação, que não exige nenhum tipo de conhecimento tecnológico dos usuários, e segundo, pelo grande atrativo que estas páginas exercem sobre os jovens. "É preciso apenas que os professores se apropriem dessa linguagem e explorem com seus alunos as várias possibilidades deste novo ambiente de aprendizagem. O professor não pode ficar fora desse contexto, deste mundo virtual que seus alunos dominam. Mas cabe a ele direcionar suas aulas, aproveitando o que a internet pode oferecer de melhor", afirma a educadora Gládis Leal dos Santos. 
Palloff e Pratt afirmam que as chaves para a obtenção de uma aprendizagem em comunidade, bem como uma facilitação on-line bem sucedida, são simples, tais como: honestidade, correspondência, pertinência, respeito, franqueza e autonomia, elementos sem os quais não há possibilidade de se atingir os objetivos de ensino propostos.



[*] Este texto faz parte do livro A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá (4ª ed, Papirus, 2009, p. 101-111)