sábado, 16 de novembro de 2013

Muito além do peso - documentário sobre obesidade infantil

 
 
 ”Um filme obrigatório para qualquer pessoa que se importe com a saúde das nossas crianças” - Jamie Oliver, chef britânico e apresentador de TV
 
Pela primeira vez na história da humanidade, crianças apresentam sintomas e doenças de adultos. Não é raro encontrar nos consultórios meninos com problemas coronários, deficiência respiratória, depressão e diabetes. E o mais preocupante é que todas essas patologias têm sua origem relacionada ao excesso de peso.

Esse cenário levou a diretora e roteirista Estela Renner a fazer o filme Muito Além do Peso. O documentário pretende mostrar o impacto negativo da obesidade na infância – no Brasil já são 33,5% de crianças com sobrepeso – e tenta buscar soluções para um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.
Em cerca de 1 hora e 20 minutos, Estela conta histórias reais e alarmantes de famílias cujas crianças estão com excesso de peso. A diretora, que correu o Brasil de Norte a Sul, entrevistou personagens de todas as classes sociais – mostrando que esta é uma questão generalizada – e colheu depoimentos de especialistas brasileiros e estrangeiros.
Logo no início, o documentário revela a distância existente entre o universo infantil e a alimentação saudável. A partir de um teste de adivinhação, a diretora comprova que nossas crianças não sabem reconhecer uma fruta, legume ou verdura. “Você sabe que fruta é essa?”, pergunta Estela ao mostrar uma nectarina a um garoto. Manga, responde ele. Em outro exemplo, um menino chega a confundir um pimentão com um abacate.
A diretora da School Food Project, Ann Cooper, uma das entrevistadas no filme, defende, como solução para essa lacuna, a promoção de ações educativas nas instituições de ensino infantis. “Não usamos álgebra, nem ciências diversas vezes ao dia, mas o que fazemos várias vezes ao dia durante toda nossa vida é comer. Por isso, a alimentação deve ser assunto tão importante nas escolas quanto matemática, ciência e outras matérias”, afirma.
Mas a mudança no processo educacional defendido por Ann é apenas uma das frentes de atuação necessárias. O filme deixa claro que a discussão sobre o combate à obesidade infantil é ampla e evolve uma complexa dinâmica entre pais, escolas, governo e indústria.
Um dos mais assombrosos dados relatados pela diretora, por exemplo, é o consumo desenfreado de refrigerantes, ora responsabilidade da família que não impõe limites para o consumo do produto, ora culpa das indústrias e sua publicidade arrebatadora. “E se eu te contar que uma latinha de refrigerante tem o equivalente a 7 saquinhos de açúcar”, diz a diretora a um pai. Essa informação torna-se ainda mais alarmante quando o filme mostra que 56% das mães brasileiras dão refrigerante nas mamadeiras a crianças com menos de 1 ano.
Pela gravidade do problema e o didatismo da obra, assistir ao documentário deve ser programa obrigatório de todas as famílias e instituições que se preocupam com a saúde e com o futuro das crianças. O filme pode ser assistido gratuitamente no site: www.muitoalemdopeso.com.br
 
 Abílio Diniz

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