quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Textos para trabalhar a competência leitora da Situação de aprendizagem - Fenômenos Naturais

VIAGEM COM A CIÊNCIA: Textos para trabalhar a competência leitora da Situação de aprendizagem - Fenômenos Naturais

Texto1: Você sabia

 

1O que é um tornado?

Imagine um funil girando sem parar na atmosfera. Agora acrescente tempestades, chuvas e ventos que podem alcançar até 610km/h. Isso é um tornado, explica Fernando de Almeida Tavares, meteorologista do Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O especialista diz que o fenômeno meteorológico se forma em meio terrestre, normalmente a partir de uma combinação de fortes ventos, chuvas intensas e, na maioria das vezes, granizo.

O que distingue a formação de um tornado de uma forte tempestade é a presença das chamadas nuvens super-células de tempestade que podem originar o fenômeno devido a uma interação e movimentação intensa no centro das nuvens. Mas isso não é uma regra, essas nuvens diferenciadas podem somente ocasionar uma tempestade. Tavares ainda explica que o fenômeno possui uma escala de danos, que leva em conta a velocidade dos ventos, e a largura e o comprimento da trilha do tornado. É a conhecida como Escala Fujita, que possui sete estágios, sendo o primeiro, F0, o mais brando e considerado leve, e o último, F6, a categoria que abriga os tornados denominados como inconcebíveis no quesito danos provocados.

 2Qual a diferença entre tornado, furacão, tufão e ciclone?
Qual a diferença entre tornado, furacão, tufão e ciclone?" rev="“Tufão e furacão são nomes diferentes para a mesma coisa”, afirma o meteorologista Fernando de Almeida Tavares. Então, se você estava procurando um sinônimo para furacão o encontrou, e ainda pode acrescentar mais quatro nomes na lista: tempestade tropical, tempestade ciclônica, depressão tropical ou ciclone tropical. De acordo com Tavares, além de tufão e furacão serem a mesma coisa, eles ainda são formados a partir de um ciclone.

O especialista esclarece que ciclone é uma região de baixa pressão em que o ar quente se eleva e favorece a formação de nuvens e chuvas. O ciclone tropical, ou furacão, tem sua formação nas mesmas condições do ciclone, com a diferença que ocorre em regiões tropicais, por isso o nome. O único diferente da história é o tornado, mas mesmo assim este fenômeno pode muitas vezes ter sua formação iniciada em áreas de ciclone.

Ainda segundo o meteorologista da Unesp, proporcionalmente os tornados causam muito mais destruição do que os furacões, pelo fato de alcançarem ventos com maiores velocidades. Apesar disso, normalmente o tamanho dos tufões são maiores, podendo atingir centenas ou milhares de quilômetros de diâmetro, enquanto que o tornado alcança somente dezenas ou centenas de metros.
3Qual a região do mundo com maior incidência de tornados?

Não é o acaso que provoca a incidência constante de tornados nos Estados Unidos, e muito menos é resultado de uma onda de má sorte dos americanos.

O meteorologista Fernando de Almeida Tavares afirma que a região central do país é o local com maior incidência do fenômeno. O motivo? Essa localidade possui os principais ingredientes para a formação de um tornado. “Acontece bastante devido ao encontro de massas de ar frio, vindas do norte dos Estados Unidos, com massas quentes e úmidas do golfo do México. Além disso, a dinâmica da atmosfera é favorável, pois ali ocorre um aumento da velocidade do vento, o que forma as condições ideais para formação de tempestades”, explica o estudioso.
4Qual a escala que mede a intensidade dos tornados?
 





A intensidade dos tornados é medida a partir da Escala Fujita, que analisa a velocidade dos ventos, e a largura e o comprimento da trilha do tornado. Possuindo sete estágios, a escala considera o primeiro (F0) como leve, o segundo (F1), moderado, o terceiro (F2), significante, o quarto (F3), severo, o quinto (F4), devastador, o sexto (F5), inacreditável, e o último (F6)inconcebível.

Do primeiro estágio até o terceiro, a velocidade dos ventos podem ir de 110 a 250 km/h, e a partir do estágio considerado severo, as velocidades podem alcançar de 251 a 610 km/h.
5Como se forma um furacão?
Além de ser um ciclone tropical, o que significa que o fenômeno é um ciclone de forte intensidade, o meteorologista da Unesp Fernando Tavares explica que os furacões são tempestades que produzem ventos extremamente fortes. Apesarem de perderem dos tornados no quesito velocidade dos ventos, os furacões ganham quando o assunto é diâmetro e tempo de duração. “Esse fenômeno pode chegar até 1 mil km de diâmetro, o que é muito grande, e durar semanas”, afirma Tavares, que diz não passar de algumas horas o tempo de vida de um tornado.

A formação dos furacões depende, necessariamente, da presença de águas quentes no oceano. Tudo começa em uma área de baixa pressão que provoca um movimento circular em torno dela, mas especificamente no sentido horário no hemisfério sul e anti-horário no hemisfério norte. Nessa região, o pesquisador da Unesp afirma que ocorre a formação de chuvas e tempestades muito fortes. Mas até agora, nós ainda estamos falando de ciclone.

Agora imagine todo este processo acontecendo no mar. É aí que o furacão começa a surgir: “O fenômeno se inicia no oceano e sempre com águas mais quentes, que é o que o alimenta ele. Ou seja, a velocidade e energia do tufão vem de muita evaporação”, diz Tavares. Aos poucos, então, o furacão começa a invadir o continente, mas perde muito da sua força devido ao atrito com a terra.
6O que é o olho de um furacão?
 
 
Quem nunca ouviu a expressão “estou no olho de um furacão”, e imaginou uma pessoa em situações caóticas? Pode tirar essa imagem da cabeça e a substitua por um espaço pequeno onde há sol, tempo bom e ventos fracos. Apesar de parecer um pedaço do paraíso, basta olhar para os lados e deparar com ventos que ultrapassam 200 km/h, tempestades e muita chuva. O olho do furacão é exatamente isso.

De acordo com o meteorologista Fernando Tavares, o olho do furacão se localiza bem no centro do fenômeno, e é uma área pequena com céu limpo e ventos que chegam ao máximo 30 km/h. Segundo ele, isso ocorre devido a uma incidência da pressão atmosférica que empurra ar para o centro do furacão, o que acaba por criar uma área livre de chuvas
7Onde há mais incidência de furacões?
São regiões banhadas pelo Atlântico Norte, principalmente no Golfo do México, Oceano índico e Oceano Pacífico que ganham o troféu de locais com maior incidência de furacões. Para Fernando Tavares, o fato se deve a uma propensão que essas regiões têm de conter áreas de baixa pressão combinadas com evaporação de água quente e ar úmido.
O furacão Alex, em 2010, e o furacão Isaac, em 2012, são alguns dos exemplos de tormentas que atingiram o Golfo do México.
8Dá para impedir um furacão de ocorrer? Ou pará-lo?
Não. O meteorologista Fernando Tavares explica que qualquer fenômeno atmosférico envolve muita energia e não é possível interferir ou mudar a sua dinâmica. Para Tavares, a única precaução seria detectar na previsão se há condições para a ocorrência de um furacão e a partir disso emitir um alerta para que a população se proteja.
Se você já ficou imaginando um esconderijo embaixo da terra, como nos filmes de ação, acertou. Proteções embaixo da terra são as mais eficazes, pois o pesquisador afirma que além de não ter risco de inundações, os fenômenos destroem apenas construções mais salientes na superfície.
9Qual o furacão que fez mais vítimas?

Foi o furacão Mitch, em outubro de 1998. O fenômeno começou com ventos tropicais na África, depois se moveu pelo Atlântico, nas Ilhas do Caribe, depois Jamaica, e então atingiu 290 km/h e devastou áreas como Honduras, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Península de Yucatán e sul da Flórida. O furacão considerado de categoria 5 na Escala de Furacões Saffir – Simpson, deixou um total de 18 mil mortes e um prejuízo em torno de US$ 7 bilhões.





 
 
10Pode ocorrer um tornado ou um furacão no Brasil?
 


Não só pode como já ocorreu. Fernando Tavares afirma que em março de 2004 o primeiro ciclone tropical registrado no Atlântico Sul, o Catarina, atingiu o sul do Brasil com ventos de 176 km/h. As regiões atingidas foram o nordeste do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina. No total, pelo menos três pessoas morreram, 75 se feriram e 2 mil ficaram desabrigadas.

Já os tornados são mais comuns, conforme diz o pesquisador. Segundo ele, o fenômeno ocorre praticamente todo ano no Estado de São Paulo. Porém, não ouvimos notícias sobre isso pelo fato de não provocarem danos e destruição. “Os tornados atingem com maior frequência as áreas rurais, que têm bastante espaço e acaba não fazendo vítimas”, diz.



Texto 2: Mesmo estando na rota dos tornados, Brasil não prevê evento
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
 
Os tornados que atingem o Sul do Brasil e São Paulo nem de longe costumam surpreender os estudiosos do assunto. Apesar de não ser um evento meteorológico tão raro, não há no país sistemas de detecção e alerta para evitar a perda de vidas ou danos materiais.
Estudo do geógrafo Daniel Candido mostra que tornados assolam sobretudo os quatro Estados mais ao sul. De 1990 a 2010, ocorreram 220 em todo o país. Por volta de 70% deles atingiram cidades de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
"E com a crescente urbanização, existe uma tendência de que mais tempestades, e tornados, sejam registrados na região", diz Candido, doutor com o tema pela Unicamp.
Apesar de Candido defender que o Brasil tenha um sistema eficiente de detecção de tornados, isso não é um consenso entre os especialistas.
O custo seria bilionário. "É utópico", diz Alexandre de Aguiar, da Metsul, empresa privada de Porto Alegre.
Um dos maiores especialistas em tornados do Brasil, Ernani Nascimento, da UFSM, também vai nessa linha. "O mais importante seria fazer um sistema eficiente contra deslizamentos e enchentes."
EUA, Canadá e Austrália são países que conseguem monitorar tornados. "Mesmo na Europa, não tem isso", diz.
Além de um conjunto de radares, um sistema de defesa inteligente precisa fazer os alertas chegarem às comunidades e, além de tudo, deve ter grande respaldo da mídia em geral, segundo Aguiar.
Mesmo nos EUA, onde existem mecanismos modernos, 600 pessoas morreram atingidas por tornados em 2011.
Para ocorrências futuras, o prognóstico é pessimista. O máximo que o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do governo federal, consegue prever é a chegada de tempestades.
Ele avisa o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres), que aciona as defesas civis municipais.
Desde o fim de 2011, também há o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), que monitora riscos de deslizamentos em 341 municípios -mas não de tornados.
 
 
O tornado que atingiu o município paulista de Taquarituba ( a 328 km de São Paulo) pode ter atingido uma velocidade 138 km/h. Segundo o Inmet (instituto Nacional de Meteorologia), a marca faz com que o fenômeno natural seja classificado como F1 na escala internacional de furacões (Fujita).
Texto 3 - Os principais tsunamis no mundo nos últimos anos
 
 
Tremor submarino no sudeste asiático, em 2004, matou 220 mil pessoas.
Tsunami de magnitude de 9,3 foi o mais poderoso dos últimos 40 anos.
Estes são os principais tsunamis registrados desde o maremoto que aconteceu em dezembro de 2004 na Ásia, considerada uma das piores catástrofes naturais.
- 26 de dezembro de 2004: Sudeste Asiático - Um tremor submarino de magnitude 9,3 - o mais poderoso dos últimos 40 anos - frente à ilha indonésia de Sumatra provoca um tsunami que chega às costas de uma dezena de países do Sudeste Asiático, causando a morte de 220 mil pessoas.
Na província indonésia de Aceh, aonde o nível da água chegou a crescer mais de 30 metros, morreram 168 mil pessoas. O maremoto se propaga a centenas de quilômetros, até as Maldivas e Somália.
- 17 de julho de 2006: Indonésia - Um tremor submarino de magnitude 7,7 provoca um tsunami na costa sul da ilha de Java (654 mortos).
- 2 de abril de 2007: Ilhas Salomão - 52 pessoas morrem em um tsunami que afeta o oeste das Ilhas Salomão (sul do Pacífico). O maremoto, causado por um tremor de magnitude 8, destrói 13 povoados costeiros.
- 29 de setembro de 2009: Samoa - Mais e 190 pessoas morrem nas ilhas Samoa e Tonga, assim como nas Samoa americanas, depois de terremoto de magnitude 8 que origina um tsunami.
 27 de fevereiro de 2010: Chile - Um tremor e um tsunami consecutivo afetam o centro-sul do Chile, deixando 555 mortos e desaparecidos, a maioria deles na região de Maule.
- 25 de outubro de 2010: Indonésia - Mais de 400 pessoas morrem em um tsunami provocado por um tremor de magnitude 7,7 no arquipélago de Mentawai, frente à Sumatra.
- 11 de março de 2011: Japão - Um tsunami de 10 metros de altura arrasa as costas de Sendai, nordeste do Japão, depois de um violento tremor de 8,9 de magnitude registrado frente às costas do arquipélago. São emitidos alertas praticamente em todas as costas do Pacífico, incluindo Austrália, América Central e do Sul.
 


 
 


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